quarta-feira, 28 de maio de 2008

Conversas Íntimas...

Parte I - Liberalismo e Sociedade

Aqueles que se consideram liberais ou mostram tendências mais liberais no que às suas escolhas pessoais concerne deparam diariamente com uma realidade aterradora. Sim, aterradora porque as contradições e regras em que a sociedade nos mergulha a todos são quase um filme de terror. Muitas vezes damos por nós a pensar se não será Hitchcock quem puxa os cordelinhos por trás...

Mas vamos por partes e comecemos pelo mais simples:

1) Quem se arrisca a pensar e a viver de forma diferente, criando as suas próprias regras, vê-se inundado com críticas. Desde o prosaico "Ai que irão pensar os vizinhos?" até ao infame "És um depravado, um doente...".

Desde sempre, qualquer que seja o tema em questão, que a condenação e a perseguição constituíram o maior estigma ao livre pensamento. E se a questão for de âmbito pessoal, então as coisas pioram ainda mais...

Num país onde o desporto nacional é a 'quadrilhice' (não, não é o futebol, que esse só alimenta a imaginação de alguns milhões), tudo o que diga respeito à vida alheia é motivo de falatório, de debate e por último de condenação em praça pública. E tudo isto sem o mais leve pudor ou sentido de justiça, porque o que interessa é mesmo falar.

Se a vizinha ou o vizinho levam uma vida pouco 'ortodoxa' então são tarados, devassos, drogados ou em última análise possuídos pelo Diabo.
O bom e velho Belzebu arranja sempre maneira de aparecer nestas coisas, ao contrário do mais que divino livre-arbítrio, esse sim de louvar. Porque desde sempre a espécie humana teve a tendência de denegrir quem é diferente para se aumentar, tamanha é a fobia da pequenez e do ser diferente, único.

E viva a carneirada!

2)
Perante um tal quadro, damos por nós a reflectir sobre muitas coisas. É uma actividade perigosa, que consome energia e tempo (e segundo alguns especialistas até pode matar as células cerebrais mais preguiçosas, extenuadas e afogadas em gordura por falta de uso...), mas que por vezes, só por ténues vezes, produz resultados palpáveis. E a inquietação que provoca não nos deixa muitas vezes descansar.

Mas enfim, continuamos a fazer o mesmo...

Foi nestas deambulações que nos perdemos e nos encontrámos. Foi destes pensamentos que a semente germinou e cresceu, e foi por causa destas reflexões que largámos as amarras das convenções.

Para a sociedade, o liberalismo sexual é uma aberração, algo contra-natura, que viola a boa-ordem social e provoca perturbação. Nunca a prática sexual partilhada com outros poderá ser vista como algo normal numa sociedade para a qual a sexualidade foi e ainda continua a ser um tabu, escondido qual gato com o rabo de fora.


E no entanto, falamos da mesma sociedade para a qual o adultério é algo banalizado, divulgado e agora até despenalizado (com a morte do divórcio litigioso desaparecem a culpa e a responsabilização no casamento...); da mesma sociedade que nada fez durante anos e que olhou para o lado quando membros proeminentes da mesma foram acusados de abusar de menores e que ainda hoje, sabendo das graves consequências de se fingir cega, continua a aceitar que muitos dos que deveriam proteger a vida a todo o custo a corrompam impunemente.

E ainda apregoam que a Justiça é cega...


3) Que o adultério seja praticado todos aceitam e até desculpam, apesar das implicações que tem em termos de confiança entre os membros do casal, tanto mais que a indústria do divórcio vai de vento em popa.

Desde a recente despenalização do adultério até à criação de festas de celebração do divórcio, já nada nos espanta. Pelo menos já vamos deixando algumas miragens para os oásis e permitindo a felicidade de cada um com ou sem companhia!

Vai uma festa para comemorar um divórcio?

O único pormenor que nos espanta é a desfaçatez de quem em seguida apelida os sexualmente liberais de tarados. E nem vale a pena comentar a pedofilia e pornografia infantil, porque continuamos a criar as condições de desamparo social e aliciamento fácil que promovem a sua proliferação. A sua criminalização não avançou assim tanto que a consiga parar ou retardar sequer...

Deixemos as crianças ser crianças!

E quem for adulto que se porte como tal...

Pelo passado nada podemos fazer, mas pelo menos lutemos pelo presente de modo a termos futuro!!!

4) Continuamos a ver exemplos de total laxismo social e não vemos verdadeiras medidas de fundo que contribuam para a resolução do problema. A prostituição é o parente pobre da agenda social, tantas vezes falada e tantas vezes esquecida, mas aceite e procurada por todos, dos mais ricos aos mais pobres, chegando a ter-se pensões de 'meninas' paredes-meias com esquadras...

Os agentes da ordem também precisam de relaxar, ora essa!

Daí a estranheza quando todos ouvimos mentes avisadas falar de soluções concretas, de ideias concretas e de honestidade em lugar da hipocrisia. Porque é disso que se trata, de hipocrisia, declarada ou encapotada, mas de hipocrisia empedernida, que grassa há séculos, que corrompe e afoga as almas esclarecidas num mar de imundície e podridão social.

Senão, vejamos um exemplo lindo: numa altura em que se discute a validade da opção de adopção de menores por casais homossexuais, o principal argumento dos detractores de tal princípio reside no facto de tal família ser uma família disfuncional, com duas mães ou dois pais, como se todas as disfunções daí surgissem.

Tendo em conta que a maioria dos pedófilos, violadores e cia vêm de boas famílias (pai do sexo masculino + mãe do sexo feminino), a realidade dá evidências de um cenário bem diferente.

Assim, as prisões enchem-se com exemplos enternecedores do que faz a falta de amor, de acompanhamento parental,... por parte de um pai e de uma mãe presentes (apenas consideramos neste ponto as ditas famílias 'tradicionais'...).

Não seria apenas de considerar o que os candidatos a pais têm para dar a uma criança em termos de amor, estabilidade e alicerces educacionais e deixarmos a avaliação das suas apetências sexuais (hetero, bi ou homossexualidade) de lado?



5) Assumir as diferenças é algo fundamental para vivermos em paz. Saber aceitar as diferenças deveria ser algo basilar na condição humana, porque a diversidade apenas acrescenta qualidade à raça humana. E saber respeitar quem opta por algo diferente deveria ser um princípio fundamental da vida em sociedade.

É dessa diversidade e dessa capacidade de compreensão que surge a evolução, sendo contudo essencial respeitar valores básicos, como a protecção que todas as crianças devem ter ou o absoluto e imperioso poder decisório sobre os aspectos pessoais da vida que cada ser humano possui (ou deveria possuir...).

Por isso dizemos sem pudores e sem alarido que assumimos a diferença como algo essencial ao nosso equilíbrio. Não pretendemos converter ninguém e muito menos arrogar a nossa verdade como suprema. Mas temos as nossas ideias e princípios, pensamentos e formas de agir que nos tornam únicos. Defendemos uma sociedade sem palas nos olhos e sem falsos pudores e escrúpulos, que tenha a coragem de atacar as questões e não apenas as pessoas.

Pouco se consegue hostilizando e muito se consegue dialogando. Mas também faz muita falta uma genuína vontade de mudança, de renovação e de abertura para que todos possam contribuir de forma positiva para um mundo melhor.

E atenção!

Não significa isto que se passe a aceitar tudo... significa tão somente que todos os avanços no sentido de um mundo melhor e mais equilibrado serão sempre recebidos de braços abertos. Por isso... façam qualquer coisa, por pequena que seja. Será bem mais do que nada fazer e ir morrendo afogado no mar de inutilidade que ajudamos a produzir.


Até breve,

A & P



"Existem dois dias no ano em que não p
odemos fazer nada: o ontem e o amanhã."

GANDHI

segunda-feira, 19 de maio de 2008

As Primeiras Fotos...

A menina...


Provocando...


Um convite...


Os dois...


O menino...


Estar longe da vista é estar longe do coração. Queremos estar sempre perto do coração dos que sentem como nós...

Beijos e Abraços,

A & P

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O início

Olhando para trás temos de puxar pela memória para nos recordarmos do caminho que nos trouxe até aqui. Mas recordar é bom quando os sentimentos também o são...

Desde que nos conhecemos que desenvolvemos uma relação baseada na confiança mútua e no facto de que não somos donos de ninguém a não ser de cada um de nós: partilhamos um caminho, mas não perdemos a nossa identidade pessoal.

Esse caminho levou a que um dia juntássemos os 'trapinhos'.

Mas o sentimento permanecia e a determinação aumentava: não queríamos ser mais um casal acomodado a uma rotina... Em que o afastamento surge porque ocultamos do outro o que pensamos e o que fazemos... Não queríamos ter agendas secretas para com o outro. E não nos revemos na sacrossanta hipocrisia de trair mantendo as aparências, nem de cobiçar mas olhar para o lado como se a pudicidade fosse algo que nos aumenta enquanto nas sombras fazemos tudo. E como sempre fomos honestos e directos um com o outro, um dia as fantasias vieram todas a lume, mesmo as mais ousadas... Aquelas que muitos não têm coragem de admitir e muito menos verbalizar. E ainda bem que o fizemos!

Um dos temas que discutimos foi a hipótese de incluir outras pessoas na nossa intimidade. Assunto extremamente provocante, com muito para falar e que espicaça as mentes e a libido. A imaginação levou-nos a vaguear por cenários infindáveis e excitantes!

A ideia cresceu e tomou forma: o interesse aumentou e com ele a hesitação... O que iríamos encontrar? O que seria estar com outras pessoas? O que iríamos sentir? Como iríamos reagir?

Debatemos estas dúvidas durante um ano e fomos amadurecendo ideias: o que pretendíamos, com quem pretendíamos, o que poderia acontecer de bom e o que poderia correr mal e chegámos a uma conclusão: está na hora de falar com outros sobre o assunto!

A ideia do swing, a tão idolatrada e temida ideia da troca de casais foi a que nos agradou mais inicialmente. Por tudo o que envolve abrir a intimidade do casal à influência de outros, pelas sensações que provoca, pelas emoções que agita, pela atracção que exerce e ao mesmo tempo pelos riscos que acarreta.

Conscientes de tudo isto, avançámos. Não nos arrependemos de o termos feito, nem das opções que tomámos então, e muito menos do compromisso mútuo que fizemos: o de sempre viver tudo em comunhão. As pessoas que fomos conhecendo foram deixando a sua marca, a sua forma de pensar e ajudaram ao evoluir da nossa forma de pensar e de sentir. Não é fácil e o caminho nem sempre é livre de sobressaltos, mas saímos da viagem mais fortes e seguros de nós mesmos, da nossa relação e do que nos une. A sorte também desempenhou o seu papel, e muito temos a agradecer aos primeiros casais que conhecemos neste meio liberal, pela simpatia, disponibilidade e forma serena como nos receberam e por toda a paciência que tiveram com as nossas dúvidas e inseguranças típicas de quem procura o seu espaço próprio.

Hoje sabemos qual é esse espaço. Sabemos o que procuramos e o que é importante nas relações que mantemos. Não somos adeptos de 'sexo por sexo', mas sim de uma forma positiva de viver o meio liberal. Damos valor às pessoas e ao que sentimos com elas, seja numa boa conversa, num jantar, num clube ou em algo mais íntimo. Concretizámos as nossas fantasias e pelo caminho fizemos bons amigos! Nem sempre existindo partilha de intimidade, a partilha de ideias e ideais também é um veículo para a nossa forma de estar na vida.

Acima de tudo, há que respeitar e ser respeitado: cada cabeça sua sentença! As opiniões são parecidas com o BI: pessoais mas transmissíveis ou partilháveis, apenas vinculando quem as sente como suas. Mas é dessa comunhão de opiniões que o meio liberal vive. Esperamos poder dar o nosso pequeno contributo para que o amanhã seja sempre melhor que o hoje.

Bem hajam todos! Sejam felizes e ajudem outros a sê-lo, sem complexos ou medos.

Beijos e abraços,

A & P

P.S.: Todas as opiniões contam...deixem a vossa... ;)

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sex Lover Couple

Somos curiosos por natureza, com interesses que vão da
culinária à ciência.
Adoramos uma boa conversa com
pessoas de mente aberta, uma boa música, um dia na
praia e uma ida ao cinema, um olhar provocante,...
Gostamos de nos considerar liberais, seja para um bom debate de ideias ou para algo mais arrojado.

Vive e deixa viver é o nosso mote.

A felicidade é um caminho sinuoso, mas não impossível... Por isso lutem pela vossa felicidade e pela de alguém mais: a união faz a força!

Tudo de bom,

A & P