sexta-feira, 16 de maio de 2008

O início

Olhando para trás temos de puxar pela memória para nos recordarmos do caminho que nos trouxe até aqui. Mas recordar é bom quando os sentimentos também o são...

Desde que nos conhecemos que desenvolvemos uma relação baseada na confiança mútua e no facto de que não somos donos de ninguém a não ser de cada um de nós: partilhamos um caminho, mas não perdemos a nossa identidade pessoal.

Esse caminho levou a que um dia juntássemos os 'trapinhos'.

Mas o sentimento permanecia e a determinação aumentava: não queríamos ser mais um casal acomodado a uma rotina... Em que o afastamento surge porque ocultamos do outro o que pensamos e o que fazemos... Não queríamos ter agendas secretas para com o outro. E não nos revemos na sacrossanta hipocrisia de trair mantendo as aparências, nem de cobiçar mas olhar para o lado como se a pudicidade fosse algo que nos aumenta enquanto nas sombras fazemos tudo. E como sempre fomos honestos e directos um com o outro, um dia as fantasias vieram todas a lume, mesmo as mais ousadas... Aquelas que muitos não têm coragem de admitir e muito menos verbalizar. E ainda bem que o fizemos!

Um dos temas que discutimos foi a hipótese de incluir outras pessoas na nossa intimidade. Assunto extremamente provocante, com muito para falar e que espicaça as mentes e a libido. A imaginação levou-nos a vaguear por cenários infindáveis e excitantes!

A ideia cresceu e tomou forma: o interesse aumentou e com ele a hesitação... O que iríamos encontrar? O que seria estar com outras pessoas? O que iríamos sentir? Como iríamos reagir?

Debatemos estas dúvidas durante um ano e fomos amadurecendo ideias: o que pretendíamos, com quem pretendíamos, o que poderia acontecer de bom e o que poderia correr mal e chegámos a uma conclusão: está na hora de falar com outros sobre o assunto!

A ideia do swing, a tão idolatrada e temida ideia da troca de casais foi a que nos agradou mais inicialmente. Por tudo o que envolve abrir a intimidade do casal à influência de outros, pelas sensações que provoca, pelas emoções que agita, pela atracção que exerce e ao mesmo tempo pelos riscos que acarreta.

Conscientes de tudo isto, avançámos. Não nos arrependemos de o termos feito, nem das opções que tomámos então, e muito menos do compromisso mútuo que fizemos: o de sempre viver tudo em comunhão. As pessoas que fomos conhecendo foram deixando a sua marca, a sua forma de pensar e ajudaram ao evoluir da nossa forma de pensar e de sentir. Não é fácil e o caminho nem sempre é livre de sobressaltos, mas saímos da viagem mais fortes e seguros de nós mesmos, da nossa relação e do que nos une. A sorte também desempenhou o seu papel, e muito temos a agradecer aos primeiros casais que conhecemos neste meio liberal, pela simpatia, disponibilidade e forma serena como nos receberam e por toda a paciência que tiveram com as nossas dúvidas e inseguranças típicas de quem procura o seu espaço próprio.

Hoje sabemos qual é esse espaço. Sabemos o que procuramos e o que é importante nas relações que mantemos. Não somos adeptos de 'sexo por sexo', mas sim de uma forma positiva de viver o meio liberal. Damos valor às pessoas e ao que sentimos com elas, seja numa boa conversa, num jantar, num clube ou em algo mais íntimo. Concretizámos as nossas fantasias e pelo caminho fizemos bons amigos! Nem sempre existindo partilha de intimidade, a partilha de ideias e ideais também é um veículo para a nossa forma de estar na vida.

Acima de tudo, há que respeitar e ser respeitado: cada cabeça sua sentença! As opiniões são parecidas com o BI: pessoais mas transmissíveis ou partilháveis, apenas vinculando quem as sente como suas. Mas é dessa comunhão de opiniões que o meio liberal vive. Esperamos poder dar o nosso pequeno contributo para que o amanhã seja sempre melhor que o hoje.

Bem hajam todos! Sejam felizes e ajudem outros a sê-lo, sem complexos ou medos.

Beijos e abraços,

A & P

P.S.: Todas as opiniões contam...deixem a vossa... ;)

8 comentários:

casalxxexy disse...

Bem, por vezes acontece ler algo que parece escrito pelo nosso proprio punho. Parte do que aqui lemos, vai de encontro ao que sobre nós descobrimos, que o mais dificil é de trocar fantasias com a/o parceiro, com receio de ferir sentimentos profundos. E afinal, ainda temos tanto para descobrir, mais sabendo que no fundo, partilhamos ainda mais do que imaginamos, mesmo que seja a vontade de trocar ideias e ideais.

Anónimo disse...

Que boa surpresa foi encontrar quase por acaso o vosso blog caros amigos!
Surpresa porque não sabíamos que tinham um blog...boa porque como era de esperar o conteúdo é mt bom,como seria de esperar tb de umas cabecinhas tão arejadas como as vossas :)
Adorámos,como os adoramos a vcs e vamos ficar «clientes» habituais ...beijocas!
Susy e Paulo

A & P disse...

Caríssimos Susy_Paulo, agradecemos o vosso apoio ao nosso recém-criado blog expresso em tão gentis palavras :)

Tudo de bom para vcs e até breve!

Beijos e abraço,

A & P, Sex Lover Couple

gaijo disse...

o blog promete..

Casal LD disse...

obrigado pelo vosso testemunho.

um farol para está a começar

beijos e abraço

Casal LD

Anónimo disse...

Bem amigos, apesar de termos já muita curiosidade, nunca vos visitamos tão intimamente e temos de vos dizer que é um prazer, verificar que a liberdade de sentir e pensar ainda se aplica a alguns. que a felicidade vos persiga, na satisfação da descoberta. bem hajam
Casalamorunido
Luis e Maria

sithycpl disse...

Encontrei o blog pelo xsocial e adorei tudo...principalmente este topic! Muitos parabéns e é bom ver um casal assim***

Allwarr disse...

Parabéns!!! "A Hipótese de Eros" da Emanuelle Arsan bem que podia ser livro de estudo no ensino oficial para ver se as sexualidades deixavam de ser tabus.